quarta-feira, 8 de maio de 2013

Forças israelenses prendem supremo líder religioso de Jerusalém


Sem acusação, mufti palestino é detido para responder sobre "perturbação pública". Líderes palestinos consideram o ato como impedimento da liberdade religiosa
8/5/2013 (da redação do Comitê Brasileiro de Solidariedade aos Presas Políticos Palestinos)

Forças da ocupação israelenses prenderam nesta quarta-feira (8) pelo menos 14 civis, incluindo o mufti palestino (supremo líder religioso muçulmano) sheikh Mohammed Hussein,em Jerusalém. A detenção faz parte de operações militares realizadas nas áreas da Cisjordânia e Jerusalém.

O correspondente da Wafa Agência de Notícias Palestinas relatou que as forças de ocupação israelenses invadiram a casa do Mufti de Jerusalém, ao sul da cidade, e o prenderam depois de ele recusar a ordem de seguir para o centro de investigação e policial de Maskubiya, em Jerusalém Ocidental. 

Segundo o porta-voz da polícia israelense, Micky Rosenfeld, Hussein foi detido para responder questões sobre "perturbação pública", registrada na terça-feira (7) após um palestino se negar a apresentar documento de identificação ao entrar no pátio de Al-Aqsa.

A prisão acontece sequencialmente aos confrontos entre fieis muçulmanos e colonos israelenses ocorridos na Mesquita de Al-Aqsa, quando colonos invadiram a mesquita por um portão protegido pela polícia israelense para realizar as orações no pátio da Al-aqsa, comemorando o aniversário de 46 anos da ocupação de Jerusalém, o que eles chamam de "reunificação de Jerusalém"

A polícia israelense prendeu também nesta manhã o presidente do Comitê de Cuidados de Túmulos Muçulmanos em Jerusalém, Mustafa Abu Zahra, perto da Porta dos Leões (um dos portões da Mesquita de Al-Aqsa).

Segundo informações das agências internacionais de notícias, elementos de unidades especiais das forças políciais israelense concentraram-se nas portas da mesquita, impedindo a entrada dos alunos das oficinas de ciências e dificultando a entrada de adoradores ao exigir que as identidades dos fieis fossem retiradas somente na saída da mesquita. Enquanto isso, colonos invadiam por outro acesso com a escolta policial israelense.

Ontem a polícia israelense distribuiu uma comunicado aos lojistas da cidade velha de Jerusalém para não exporem seus produtos na frente de suas lojas, para, assim, liberar espaço para a marcha dos colonos em direção ao Muro das Lamentações, com o intuito de não atrapalhar as celebrações da chamada "reunificação de Jerusalém".

Autoridades Palestinas condenam a detenção e restrições na Cidade Santa, e consideram uma infração aos direitos religiosos e a liberdade da prática religiosa. O primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, disse que esta é mais uma das "constantes violações de Israel ao direito internacional".

Sheikh Mohammed Hussein é mundialmente conhecido por atuar contra a judaízação de Jerusalém e as escavações na Al-Aqsa, considerando as interferências israelenses, no local sagrado, durante a história recente, prejudiciais aos povos que frequentam o local e à preservação das edificações milenares.

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