quarta-feira, 3 de abril de 2013

Segundo o Ministério dos Prisioneiros, há 25 casos de câncer entre os presos palestinos

As informações revelam que as doenças se desenvolvem e são agravadas em decorrência de negligência médica

Ramallah  1/4/2013 (com informações da WAFA) 

O Ministério de Assuntos dos Prisioneiros e Libertados declarou  nesta segunda-feira (1) que a porcentagem das doenças malignas subiu entre os prisioneiros palestinos nos últimos anos, e que hoje há 25 casos decorrentes de negligência médica nas prisões israelenses.

Um relatório divulgado pelo ministério disse que o surgimento de doenças malignas e tumores cancerígenos em prisioneiros são agravados por descuido médico uma vez que a maioria das doenças são descobertas muito tarde, depois de se espalhar descontroladamente pelo organismo dos detentos.


O ministério confirma que as notícias geraram tensão entre os detidos, e que a situação piorou após a descoberta do câncer no pescoço e garganta do prisioneiro Maysara Abu Hamdia, que o colocou em perigo extremo de morte.

O relatório acrescentou que 21 presos detidos na prisão Eichel entraram em campanha aberta de greve de fome desde o início da noite passada, em protesto contra a política prisional israelense de negligência médica, e para exigir a libertação dos  presos doentes, principalmente de Mayasara Abu Hamdiya. Outra situação que motivou a greve foram as agressões contra presos que foram algemados e colocados em celas individuais.

A administração do serviço prisional  reconhece a existência de 25 casos de câncer entre os presos,
 entre eles estão:

* O prisioneiro Mutassim Raddad (27 anos), residente da aldeia de Saida, distrito de Tulkarmt. Foi condenado a 25 anos de prisão e sofre de infecções decorrentes de tumores cancerígenos no intestino, hemorragia grave e contínua e dor intensa que provocou disfunções alimentares e anemia.

Ele começou a se queixar de dor desde o princípio de sua prisão, em 2006, e não foram realizados os exames necessários para o início do tratamento, agravando a degradação de sua saúde. Recentemente foi tratado com quimioterapia e analgésicos, e segundo os médicos sua doença tem poucas chances de recuo.


O prisioneiro afirmou ao advogado do ministérios que os médicos o orientaram a fazer uma cirurgia para remoção de todo o intestino, mas por falta de garantias de sucesso, ele desistiu e recusou passar pelo processo cirúrgico.

* O prisioneiro Amer Mohammed Bahr (31 anos),  morador de Abu Dis. Foi condenado a 10 anos e sofre com tumores malignos e dor aguda no intestino e cólon. A administração prisional demorou dois anos para iniciar o tratamento, permitindo o desenvolvimento acelerado das infecções.
De acordo com o prisioneiro, ele sofre de dores e tem percebido sangramento na urina. Além disso, diz sentir cansaço excessivo. Bahr foi transferido para hospital Soroka, onde foi informado por médicos de que as graves inflamações são decorrentes do tempo que passou sem tratamento e do avanço dos tumores. Segundo os médicos, o câncer se espalhou por todo o intestino e cólon e a situação do prisioneiros é muito grave.


Bahr acrescentou que ficou na hospital da prisão Ramla por 7 meses, mas que não recebeu todas as medicações necessárias, apenas o Alkrtzon. Por isso sua saúde ficou em piores condições. A médica da prisão reconheceu que o tratamento químico só poderia ser realizado no Hospital Soroka.


* O prisioneiro Fawaz Baara (38 anos), morador de Nablus, condenado a quatro condenações de prisão perpétua. Possui tumores no cérebro e pescoço, e sua doença foi descoberta logo após sua prisão. A dor é insuportável e a tendência é que o câncer se espalhe pelo corpo.


O câncer entre os presos palestinos nas prisões israelenses é considerado uma epidemia, provocada pela negligência médica sistemática e deliberada contra os detentos. No caso de Baara, os dados revelam que a administração prisional recusou seu pedido de receber um médico e realizar os exames necessários, Segundo o preso, mesmo quando tratado com quimioterapia não sente melhora na saúde.

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